Meninas de 10 e 11 anos receberão vacina contra HPV no início do ano letivo de 2014

A vacina contra o papilomavírus (HPV) será oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 10 e 11 anos no início do ano letivo de 2014. De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina estará disponível em cerca de 5 mil postos, entre escolas públicas e particulares (em forma de campanha) e unidades de saúde, de maneira permanente. O Brasil registrou em 2012 17,5 mil novos casos de HPV em mulheres, uma das principais causas de câncer do colo do útero.

A meta do governo é atingir 80% das mais de 3,3 milhões de pessoas consideradas público-alvo. Neste primeiro momento, serão disponibilizadas 12 milhões de doses apenas para meninas. Com os custos da vacina, serão gastos R$ 30 por unidade, somando R$ 452,5 milhões. A vacina, que será produzida pelo Instituto Butantã e pela Merck, será administrada em três doses, e protegerá contra quatro subtipos de HPV: 6, 11, 16 e 18 – os dois últimos são os que causam o maior risco de câncer. Em 70% dos casos de câncer do colo do útero, há vestígio da presença dos subtipos 16 e 18.
“Estamos oferecendo a melhor vacina que existe. Setenta e cinco porcento das vacinas usadas contra o HPV no mundo é essa que vamos aplicar. Essa é mais uma medida para enfrentarmos um problema de saúde púbica, que é o câncer do colo do útero – sobretudo nas regiões Norte e Nordeste e em áreas economicamente menos desenvolvidas em outras regiões do país”, informou o ministro Alexandre Padilha.

A vacinação será feita em meninas nessa faixa etária, em intervalos de dois e seis meses entre a segunda e a terceira doses, respectivamente. A administração será feita segundo a autorização dos pais. “A vacina não elimina a necessidade do uso de preservativo e da realização do exame papanicolau. Mesmo protegendo contra a maior proporção dos cânceres, não protege 100%. Essas meninas estarão mais protegidas, nas continuarão realizando o rastreamento [do vírus] com o exame preventivo”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Em 2012, o ministério contabilizou 11 milhões de exames papanicolau realizados.

Homens: Garganta e sexo oral desprotegido e vírus HPV.

 Um estudo de 2012 do A.C.Camargo Câncer Center, de São Paulo, aponta que 80% dos tumores de orofaringe (garganta) têm associação com o HPV. Há dez anos, essa associação existia em 25% dos casos. Mas ainda há dúvida se houve um aumento real de casos ou simplesmente uma mudança no perfil da doença. Antes, os cânceres de boca e da orofaringe afetavam homens mais velhos, tabagistas/e ou alcoólatras.

Hoje atingem os mais jovens (entre 35 e 45 anos), que não fumam e nem bebem em excesso, mas praticam sexo oral desprotegido. Outra hipótese é que a incidência esteja aumentando porque a tecnologia que permite o diagnóstico melhorou com o desenvolvimento de mais exames de biologia molecular capazes de detectar o HPV, o que antes não acontecia.

O que já está claro é que o HPV é um vírus muito presente na pele ou em mucosas e afeta homens e mulheres. Cerca de 80% da população já se infectou, mas não tiveram verrugas nem câncer. Há mais de cem subtipos de HPV, entre 30 e 40 deles podem causar doenças, como verrugas genitais e tumores no pênis, ânus, vulva, orofaringe e, o mais comum, no colo do útero.

Os tumores de orofaringe relacionados ao HPV têm, no entanto, um melhor prognóstico em relação àqueles provocados pelo fumo. Eles respondem melhor à quimioterapia e à radioterapia e, muitas vezes, não há necessidade de cirurgia. Mas o calendário de vacinação gratuito do Ministério da Saúde ainda tem espaço para avançar neste sentido.

 

 

Fonte: sites.uai.com.br

 

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