O Jornal Tribuna publicou uma matéria com a informações de que o prefeito de Paracatu, Igor Santos, está sob investigação por irregularidades na presidência da Associação dos Municípios do Noroeste de Minas (AMNOR). A associação, que congrega 21 municípios e é uma das mais respeitadas em Minas Gerais, e no atual momento enfrenta uma crise administrativa e financeira sem precedentes em seus 48 anos de existência.
A turbulência teve início em 30 de janeiro de 2024, durante a assembleia geral para eleição da nova diretoria e do conselho fiscal para o ano de 2024. Na ocasião, os prefeitos presentes foram surpreendidos pela apresentação das contas de 2023, quando o gerente financeiro da AMNOR, Mateus Lopes Cunha, revelou não ter realizado os lançamentos contábeis referentes aos últimos três meses de 2023 devido a acúmulo de serviços e problemas pessoais. Diante da falta de informações completas, a prefeita de Uruana de Minas, Tânia Menezes Lepesqueur, destacou a impossibilidade de aprovar as contas sem um parecer do conselho fiscal, adiando a votação para uma nova reunião em 27 de março de 2024.
Na nova assembleia, as contas foram apresentadas com vários pontos questionáveis, levando a uma aprovação com ressalvas. Entre as irregularidades destacadas, estavam transações financeiras acima de R$ 30.000,00 não autorizadas, legalidade e finalidade de contratos firmados, retirada e destinação do fundo de reserva e investimento, descumprimento de normas estatutárias e critérios irregulares nos reajustes salariais. Tais questões serão averiguadas por meio de um processo administrativo conduzido por uma comissão especial.
A investigação revelou contratos questionáveis, incluindo a reforma de um auditório que custou mais de R$ 250 mil sem contrato formal. A empresa responsável pela obra estaria ligada ao ex-superintendente administrativo Vânio Ferreira, nomeado por Igor Santos. Em nova reunião em 16 de maio, prefeitos expressaram insatisfação com as irregularidades e o grande prejuízo financeiro causado à AMNOR durante a gestão de Igor Santos. O prefeito de Dom Bosco, Nelson Salsicha, e o prefeito de Unaí, José Gomes Branquinho, alertaram que as irregularidades poderiam afetar os prefeitos associados.
Vai dar problema para todo mundo caso a prestação de contas de 2023 não bata, não feche. Você, prefeito Rutílio, entregou a presidência para o Igor com mais de 3 milhões de reais em caixa e não se consomem três milhões de reais desse jeito, sem transparência. A verdade é que a prestação de contas não apareceu, e a AMNOR é transparente e tem que prestar contas”, disse o prefeito Nelson Salsicha de Dom Bosco, que foi vice-presidente na diretoria do prefeito de Paracatu, alegando que não tinha participação nem informação de nada nas decisões do prefeito Igor Santos.
Em resposta, o prefeito de Lagoa Grande, Edson Sabino, ordenou ao setor jurídico a abertura de uma investigação em parceria com a Associação Mineira de Municípios (AMM). Uma comissão presidida pelos prefeitos de Riachinho, Buritis e Urucuia foi formada para reunir documentos, depoimentos, ouvir a defesa e elaborar um relatório para apreciação e votação dos prefeitos.
A AMNOR também contratou uma empresa especializada em contas públicas para analisar a situação financeira deixada por Igor Santos. Se condenado, Igor Santos pode enfrentar processos e ser obrigado a restituir financeiramente a associação. Ele, por sua vez, alega desconhecimento dos fatos e responsabiliza o ex-superintendente Vânio Ferreira pela má administração.
Com informações do Jornal Tribuna
Eber Pereira