O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira, 15, que a vacinação contra a dengue, a ser realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro, terá como público-alvo prioritário crianças e jovens entre 6 e 16 anos. A medida segue recomendações técnicas da Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme determinado pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização.
Para o primeiro ano da campanha, o governo adquirirá 5,2 milhões de doses da vacina Qdenga, produzida pela farmacêutica japonesa Takeda. Adicionalmente, o país poderá receber doses doadas pelo laboratório, ainda com a quantidade a ser definida. Com um total de até 6 milhões de doses disponíveis em 2024, a intenção é imunizar até 3 milhões de pessoas, considerando o esquema vacinal de duas doses.
Diante da escassez de doses, o Ministério da Saúde está em processo de decisão sobre quais critérios serão utilizados para determinar o público-alvo exato para receber a vacina dentro da faixa etária estabelecida pela OMS. As discussões envolvem Estados e municípios, visando uma distribuição equilibrada no território nacional.
Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), destacou a limitação de idade imposta pela OMS e a necessidade de equilíbrio entre resultados epidemiológicos e cobertura nacional. Ele enfatizou que a definição do público-alvo e o processo de imunização nacional serão decididos em reuniões tripartites.
A Qdenga, incorporada ao SUS em dezembro, apresenta eficácia de 80,2% contra a dengue de qualquer sorotipo, reduzindo em 90% o risco de hospitalização, segundo o Ministério da Saúde. Diante dos desafios apresentados pela alta incidência de casos de dengue em 2023, a expectativa é que o Brasil possa, no futuro, produzir a vacina nacionalmente para ampliar a cobertura vacinal.