
Embora um acordo entre o governo federal e oito entidades representantes dos caminhoneiros tenha sido assinado na noite desta quinta-feira (24), após seis horas de reunião selando um acordo pela suspensão da greve por 15 dias, a decisão pode ser meramente política e midiática, sem nenhum valor prático, porque a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), que é composta por 54 entidades filiadas, incluindo Sindicatos, Associações e Cooperativas, e representa os interesses de aproximadamente 500 mil caminhoneiros autônomos em todo o país, não aceitou os termos e não participou das negociações. Por sua vez a Unicam (União Nacional dos Caminhoneiros) se recusou a assinar o acordo.
Por isso, no que depender dessas duas entidades e de um grupo de representantes de entidades independentes dos caminhoneiros, pelo menos 500 mil caminhões continuarão parados e mantendo o movimento de greve em todo o País.
Um grupo de representantes dos caminhoneiros foi cortado da reunião que definiu a trégua de 15 dias anunciada pelo governo, conforme o caminhoneiro Wallace Landin. Um dos membros desse grupo adiantou que o governo anunciaria o fim da greve, mas ressaltou que a paralisação continuará.
O presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, conclama os motoristas a continuarem o movimento. Em um vídeo liberado depois que o governo anunciou o fim da greve, o caminhoneiro Wallace Landin, representante independente dos caminhoneiros, teve o apoio de outros profissionais da categoria que garantiram manter o movimento de greve, o qual deve se intensificar devido à manobra do governo com as demais entidades, que seriam também representantes dos caminhoneiros.