
Grupos de manifestantes interditam pelo menos 137 trechos de rodovias desde a madrugada de 2ª feira (31.out.2022) contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de domingo (30.out).
Segundo levantamento junto às unidades estaduais da PRF (Polícia Rodoviária Federal), 15 Estados ainda registraram bloqueios ativos até às 12h02 desta 4ª feira (2.nov).
Na noite de 2ª feira (31.out), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes mandou a PRF desbloquear as rodovias imediatamente. Mais tarde, o STF formou maioria para manter a decisão de Moraes. Outra decisão do ministro determinou que a PM (Polícia Militar) pode desobstruir as rodovias, inclusive as federais.
O ministro fixou multa de R$ 100 mil por hora de descumprimento a partir da meia-noite de 3ª feira (1º.nov). A penalidade será aplicada diretamente ao diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.
Na decisão, Moraes também diz que Vasques pode ser preso em flagrante e afastado por desobediência se a ordem não for cumprida. Vasques foi personagem de outro episódio antes das eleições, quando a PRF realizou operações em transportes coletivos, que levavam eleitores para votar, principalmente no Nordeste. O despacho de Moraes partiu de um pedido da CNT (Confederação Nacional de Transportes), que representa empresas. A CNT e a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) se manifestaram contra as interdições. Os caminhoneiros também não têm o apoio de entidades de classe.
O presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim –conhecido como Chorão–, afirmou atribuiu os bloqueios à “direita radical” e deu parabéns a Lula pela vitória no 2º turno das eleições. O diretor da CNTTL (Confederação Nacional em Transportes e Logística), Carlos Alberto Litti Dahmer, disse que o país está vivenciando “uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos”.