Safra de café em Minas deve ficar até 42% menor em 2021

Depois do recorde na última colheita, produção deve sofrer com estresse da plantação e volume menor de chuvas

A safra do café produzido em Minas Gerais neste ano será impactada pela bienalidade negativa e afetada pelas más condições climáticas, o que poderá levar a produção do estado a uma queda de mais de 40% em relação a 2020, com uma produção total máxima estimada em 22.137,6 mil sacas beneficiadas. Os números estão no 1º levantamento da safra de café, divulgado nesta segunda-feira (01/02) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A bienalidade negativa designa os efeitos fisiológicos observados na fase reprodutiva resultantes da alta produtividade em uma colheita que exige uma recomposição do vegetal na próxima safra, levando a lavoura a apresentar queda no rendimento.

O estresse da plantação que deve vigorar neste ano impõe maior reserva energética das plantas para a sua recuperação vegetativa em detrimento da formação de flores e frutos. Esses efeitos ficam mais latentes no café arábica, que e%u0301 o mais produzido no estado.

Nesses períodos, os produtores costumam realizar tratos culturais mais intensos nas lavouras, como podas drásticas com vistas a maior recuperação vegetativa das plantas, que só entrarão em produção nos anos seguintes.

Além disso, as condições climáticas no início deste ciclo não foram tão favoráveis, principalmente com relação às chuvas, ficando abaixo do esperado em algumas regiões. Temperaturas médias elevadas, que predominaram no estado entre abril de 2020 e novembro de 2020, provocaram desfolha acentuada após a colheita da última safra e onerou ainda mais a recuperação das lavouras mineiras para o próximo ciclo.

Minas Gerais concentra a maior área brasileira com café arábica, 1.262,6 mil hectares, correspondendo, na safra de 2021, a quase 71% da área ocupada com a espécie no país. O estado e%u0301 tradicionalmente reconhecido como grande produtor de café. Na última safra, por exemplo, a cafeicultura mineira registrou recorde de produção em sua série histórica, alcançando mais de 34,6 milhões de sacas do grão beneficiado. Para se ter uma noção, esse volume representou quase 55% da produção total do país.

O cultivo do café esta%u0301 mais concentrado em algumas mesorregio%u0303es do estado, com destaque para Sul e Centro-Oeste, Tria%u0302ngulo Mineiro, Alto Parai%u0301ba, Noroeste, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Central.

Assim como em Minas, no país, segundo o Conab, a expectativa também é de redução da safra. O órgão calcula que os produtores deverão obter um volume total entre 43.854 mil sacas e 49.588,6 mil sacas de café beneficiado, uma redução de 21,4% a 30,5% em comparação ao resultado apresentado obtido na safra passada.

A área destinada para a cafeicultura nacional deve ter um aumento de 1,2%, mas, para essa temporada, de bienalidade negativa, a perspectiva e%u0301 de redução na aérea em produção e aumento expressivo na área em formação. Portanto, as áreas de produção devem diminuir, ficando em 1.756,3 mil hectares, 6,8% menor que o exercício anterior.

A Conab realiza, desde 2001, o acompanhamento da safra brasileira de café, divulgando, trimestralmente, boletins técnicos sobre a cultura e as estimativas para o ciclo em questão.

Veja a estimativa de produção da safra nas regiões de Minas Gerais

Sul de Minas (Sul e Centro-Oeste): estimativa de produção entre 10.120 mil sacas e 10.924,9 mil sacas;

Cerrado Mineiro (Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste): produção esperada entre 3.869,7 mil sacas e 4.543,7 mil sacas de café beneficiado;

Zona da Mata Mineira (Zona da Mata, Rio Doce e Central): produção entre 5.202,9 mil sacas e 5.818,1 mil sacas de café beneficiado;

Norte de Minas (Norte, Jequitinhonha e Mucuri): produção entre 612,1 mil sacas e 850,9 mil sacas.

fonte: O Estado de Minas/Marco Faleiro

 

 

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