Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, governador falou sobre medidas para combater o avanço do novo coronavírus
O governador Romeu Zema (NOVO) defendeu a manutenção das medidas de isolamento social como forma de prevenção ao novo coronavírus em Minas Gerais, especialmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Não é ainda o momento de flexibilizar”, declarou, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas na tarde desta terça-feira.
“Tenho acompanhado muitos prefeitos que liberaram as atividades em suas cidades, tomando os devidos cuidados. Lembrando que isso é atribuição do prefeito. Ele, a partir do momento em que o STF decidiu, há duas semanas, pelo estado de calamidade pública, tem total autonomia para barrar ou autorizar qualquer atividade, muito mais que o governador. Eu, como governador, tenho que acatar aquilo que o prefeito faz. Nós temos regiões do estado que não tiveram casos e que o prefeito está confortável. Então, cada caso é um caso. É difícil de generalizar”, prosseguiu.
‘Sacrifício’
“Eu diria que a decisão mais difícil foi exatamente de ter de paralisar uma série de atividades que muitas vezes representam o ganha-pão de muitas pessoas. Quando nós decidimos que os shoppings centers não poderiam ficar abertos e que muitos estabelecimentos comerciais deveriam fechar, o reflexo disso foi que muitas pessoas deixaram de ter alguma renda. Sempre tinha alguma faxineira que ia limpar esses locais e o garçom que atendia alguém no restaurante ou no bar. Isso acabou afetando a vida de muitos. Mas em nome de preservar a vida, você acaba tendo que exigir algum sacrifício”, disse.
Em seguida, Zema citou o auxílio emergencial que será repassado pelo governo federal a trabalhadores informais e desempregados. O chamado “coronavoucher” distribuirá R$ 600 por três meses a quem tiver direito. “Espero que o governo federal implemente rapidamente essa medida de auxílio, que já anunciou, mas está tendo alguma dificuldade para operacionalizar, porque isso vai pelo menos proporcionar que as pessoas continuem se alimentando de forma adequada até que todo esse transtorno passe”, completou Zema.