Já são quatro casos confirmados da doença no estado e outros 78 sob investigação, sendo cinco notificações que tendem a se confirmar
Depois de enfrentar epidemias de dengue e febre amarela nos últimos anos, Minas está diante de uma nova ameaça: o sarampo. Já são quatro casos confirmados da doença no estado e outros 78 sob investigação, sendo cinco notificações que tendem a se confirmar, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
Apenas em Belo Horizonte, 10 postos de saúde foram fechados nos últimos 15 dias após receberem pacientes com suspeita de infecção. O procedimento é tomado em caráter preventivo, uma vez que a doença é altamente contagiosa. Além da capital, ainda há casos suspeitos em Viçosa, Contagem, Itaúna e Passos.
De acordo com o Ministério da Saúde, a doença já havia sido erradicada há décadas, mas voltou a circular no Brasil devido às migrações e viagens internacionais. O vírus ainda permanece em várias regiões da Europa e da América. Soma-se a isso “a baixa imunização da população brasileira, que vem decaindo nos últimos anos”.
A transmissão ocorre por meio de secreções, tosse, espirros ou até mesmo respiração. O que intriga especialistas em saúde pública é o fato de que a enfermidade é de fácil prevenção por meio de vacinação.
É absurdo pensar que podemos voltar a ter surtos de sarampo tendo a vacina disponível na rede pública. Mas as pessoas estão se imunizando menos porque a doença passou muito tempo sem circular. É como se elas tivessem perdido o medo”, analisa o virologista e professor da UFMG, Flávio Guimarães da Fonseca.
Para o professor, um dos grandes responsáveis pelas quedas na cobertura vacinal da população são os movimentos antivacinação – chamados de anti-vac na Europa – que divulgam informações falsas sobre supostos perigos que as substâncias poderiam trazer à saúde humana.
“Todas as vacinas licenciadas pela Anvisa e Ministério da Saúde são testadas e não há razão nenhuma para se questionar a segurança disso”, garante o especialista, que alerta ainda para o papel social da imunização.
“É um pacto que fazemos com a sociedade porque, ao contrário de um medicamento individual, estamos protegendo também a pessoa ao lado. Ao diminuir a cobertura vacinal perdemos também parte da chamada imunidade de rebanho. Isso está acontecendo em todo mundo e explica o aumento dos casos de sarampo. A saída para isso está nas nossas mãos”, conclui Fonseca.
Fonte:https://interessedeminas.uai.com.br