
Michel Temer anunciou que vai usar as Forças Armadas para desbloquear as estradas ocupadas por caminhoneiros em todo país. O anúncio foi feito pelo presidente Michel Temer no início da tarde desta sexta-feira (25).
“Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos senhores governadores que façam o mesmo”, disse o presidente.
Além das Forças Armadas, atuarão no plano do governo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), e a Polícia Militar. O comando do Exército já está mobilizando tropas em todo o país. “Vamos implantar um plano de segurança para enfrentar o desabastecimento”, disse Temer.
“Não vamos permitir que a população fique sem gêneros de primeira necessidade. Não vamos permitir que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas. Não vamos permitir que crianças sejam prejudicadas pelo fechamento de escolas. Como não vamos permitir que produtores tenham seu trabalho mais afetado”, afirmou Temer.
O presidente disse que atendeu às solicitações dos caminhoneiros para o fim da greve. “Atendemos 12 solicitações dos caminhoneiros, que se comprometeram a encerrar a paralisação imediatamente”.
A greve dos caminhoneiros chega ao quinto dia nesta sexta. As rodovias têm bloqueios em protesto contra a alta do diesel e a política de preços da Petrobras, em vigor desde julho de 2017.
Resposta da ABCAM – Associação Brasileira dos Caminhoneiros
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, que rejeitou a proposta do governo de trégua nas paralisações da categoria, divulgou comunicado nesta sexta-feira em que afirma que a entidade, juntamente com as cinco federações filiadas suas, “repudia” o acordo firmado pelo governo e outras entidades do transporte rodoviário.
“Ao contrário do que foi dito, a Abcam tem representação legitimada pela categoria de transportadores autônomos do país, com cerca de 600 mil caminhoneiros filiados em todo o território nacional. Inclusive possui assento no Fórum do Transporte de Cargas, do Ministério dos Transportes e também é entidade filiada à Confederação Nacional do Transporte (CNT)”, ressalta a entidade.
Fonseca, que assina o comunicado, diz ainda que em outubro de 2017 já havia enviado um oficio ao presidente Michel Temer “a fim de apresentar ao governo a necessidade as alíquotas incidentes no valor do óleo diesel, um dos principais problemas para a categoria”. E lembra que o diesel representa cerca de 42% do custo do transportador.