Jornal menciona que líderes da oposição articulavam na noite desta quinta (24) o pedido de impeachment do presidente.
Um novo escândalo de corrupção envolveu o governo “incipiente” do presidente do Brasil, Michel Temer, destaca o jornal “The New York Times” nesta sexta-feira (25) em reportagem sobre a saída do ministro da Cultura, Marcelo Calero, e a denúncia feita por ele ma véspera à Polícia Federal – de que sofreu pressão de Temer para ajudar um aliado do peemedebista.
Na medida em que a classe política brasileira se recupera de um período de “turbulência extraordinária” em Brasília, o maior jornal dos EUA ressalta que Temer enfrenta o que se desenha ser sua mais aguda crise desde que assumiu o poder, há seis meses, após o impeachment de Dilma Rousseff.
Calero disse nesta quinta-feira (24) em depoimento à PF que Temer o “enquadrou” para que achasse uma solução para uma obra imobiliária de interesse do ministro Geddel Vieira Lima.
O NYT menciona que líderes da oposição articulavam na noite desta quinta (24) em Brasília o pedido de impeachment de Temer por conta das acusações de Calero. O Planalto reconheceu que o presidente discutiu o assunto com o ex-ministro da Cultura, mais agiu apenas de forma “técnica” para solucionar a questão, diz a reportagem.
Geddel renuncia, e Temer perde 6º ministro
O caso ocorre num momento em que o Congresso assolado por escândalos tenta anistiar os legisladores de casos de corrupção no financiamento de campanhas, destaca o NYT. O jornal lembra ainda que o próprio Temer foi considerado culpado em violar limites de financiamento de campanha.
Além das denúncias de Calero envolvendo Temer, o Times ressalta que o partido do presidente, o PMDB, está sob pressão, na medida em que duas figuras importantes da legenda, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foram presas recentemente.
“Sinalizando potencial para ainda mais turbulência, a pressão está crescendo para outro líder do PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros, que é alvo de múltiplas denúncias de corrupção”.
stro da Secretaria do Governo envia pedido de renúncia ao presidente após agravamento da crise política iniciada com a denúncia de que ele pressionara pela liberação de uma obra embargada pelo Iphan.O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, enviou sua carta de renúncia ao presidente Michel Temer na manhã desta sexta-feira (25/11). Segundo o Palácio do Planalto, Temer aceitou o pedido, enviado por e-mail.
Veja a íntegra da carta:
Salvador, 25 de novembro de 2016
Meu fraterno amigo Presidente Michel Temer,
Avolumaram-se as críticas sobre mim. Em Salvador, vejo o sofrimento dos meus familiares. Quem me conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É hora de sair.
Diante da dimensão das interpretações dadas, peço desculpas aos que estão sendo por elas alcançados, mas o Brasil é maior do que tudo isso.
Fiz minha mais profunda reflexão e fruto dela apresento aqui este meu pedido de exoneração do honroso cargo que com dedicação venho exercendo.
Retornado à Bahia, sigo como ardoroso torcedor do nosso governo, capitaneado por um Presidente sério, ético e afável no trato com todos, rogando que, sob seus contínuos esforços, tenhamos a cada dia um país melhor.
Aos Congressistas, o meu sincero agradecimento pelo apoio e colaboração que deram na aprovação de importantes medidas para o Brasil.
Um forte abraço, meu querido amigo.
Geddel Vieira Lima