Já se completaram mais de três anos, da assinatura de um protocolo de intenções entre o governo de Minas Gerais e a YTI-Yser, do grupo portugues Yser, que previa investimentos bilionários em Brasilândia de Minas, no Noroeste do Estado. A expectativa era a instalação de um complexo agroindustrial na região, com implantação de cinco macicos de floresta de pinus, numa área de 100 mil hectares, alem de cinco unidades industriais para a produção de carvão vegetal, biocarvão e resina.
A promessa de aportes era da ordem de R$ 2,4 bilhões, com geração de 3,2 mil empregos no município de pouco mais de 14 mil habitantes. No entanto, ate hoje, não se tem noticia de inicio de atividades do empreendimento .
A administração do município, que não e a mesma da época da assinatura do protocolo, aparentemente não foi comunicada sobre a existência do empreendimento no município.
Por outro lado, tanto a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) quanto o Grupo Yser confirmam que o projeto esta parado. “Não houve cancelamento do protocolo, mas nada ainda saiu do papel”, admite o diretor da empresa, Hugo Murcho.
Os motivos, segundo ele, foram vários. Alem da queda da atividade econômica no Pais, a empresa esta reavaliando o mercado e a viabilidade de seus projetos. “A perspectiva era pela implantação de um complexo de exploração de greencoal (carvao vegetal). Depois pensamos em energia. Agora estamos revendo tudo, disse o executivo, deixando claro que não ha data para que uma decisão definitiva sobre o investimento seja tomada.
Já a assessoria do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), ligado a Sede, informou que o protocolo de intenção assinado pelo governador Antonio Anastásia, em 12 de abril de 2012, continua valido, mas que não sabe informar os motivos pelos quais a empresa não deu andamento a ele.
O inicio da exploração dos macicos florestais estava previsto para janeiro de 2017. Já as unidades industriais seriam instaladas entre 2013 e 2017. A floresta produziria 70,3 milhões de metros cúbicos de madeira para carvão vegetal e 2,2 milhões de toneladas de resina bruta, num prazo de 20 anos.
A matéria-prima (resina bruta) abasteceria as unidades industriais de processamento de resina natural, com o carvão vegetal sendo utilizado como insumo para a produção de energia, ferro-gusa e aço, entre outros. Já a resina natural e usada na fabricação de vários produtos, entre eles, tintas, vernizes, pneus e na industria de alimentos.
O Grupo Yser
O grupo Yser e referencia mundial na produção de derivados de resina natural, na genética de pinus e na gestão de florestas. A implantação do projeto em Brasilândia de Minas, faria com que a empresa se tornasse também uma referencia mundial na produção de carvão vegetal, de forma totalmente sustentável.
Na época da assinatura do compromisso de investimento, o então governador e atual senador Antonio Anastásia (PSDB-MG) disse que o empreendimento era muito importante para a “internacionalização da economia mineira” e traria “desenvolvimento, pesquisa e inovação” para o Estado.
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Fonte:Jornal do Comércio