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Safra de grãos em Minas terá queda de 6,8%, diz Conab

A estiagem e as altas temperaturas registradas no primeiro trimestre de 2014 impactaram negativamente na produção de grãos em Minas. Segundo o 7º Levantamento da Safra 2013/14 de Grãos, divulgado ontem pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Estado deve colher 11,2 milhões de toneladas, queda de 6,8% ante as 12 milhões de toneladas da safra anterior.
Na safra atual houve aumento de 3% na área cultivada, 3,1 milhões de hectares. Porém, a produtividade caiu 9,5%, com rendimento médio de 3,5 toneladas por hectare.
O impacto negativo teve como fator principal a queda nas produções de milho e de soja. Os dados da Conab mostram que a primeira safra de milho ficou 15,9% inferior, totalizando 5,7 milhões de toneladas. A área destinada ao cereal, 1 milhão de hetares, foi reduzida em 4,5%. A seca e as altas temperaturas impactaram fortemente na produtividade, que caiu 11,9%, com rendimento médio de 5,2 toneladas por hectare. Para a segunda safra, a previsão é ampliar em 42,8% a produção, que deve atingir 882 mil toneladas. A área ocupada pela cultura será 48,6% maior. Já a produtividade esperada, 5 toneladas por hectare, será 3,8% menor.
No caso da soja, a queda estimada na produção é de 2,4%, com 3,2 milhão de toneladas. A estiagem prejudicou a produtividade que recuou 11,7%, com rendimento médio de 2,6 toneladas por hectare. A área, 1,2 milhão de hectares, foi ampliada em 10,4%.
Já a produção mineira de algodão em caroço deve crescer 2,7%, com volume total de 69,3 mil toneladas. A área ocupada com a cultura ficou praticamente estável, com variação positiva de apenas 0,5% e totalizando 20 mil hectares. A rendimento médio esperado é de 3,4 toneladas, alta de 2,2%.
Feijão
Incremento significativo é esperado no feijão. A primeira safra do grão deve render ao Estado 209 mil toneladas, volume 37% superior ao registrado na safra passada, quando a cultura registrou perdas significativas pelo clima e pela infestação das lavouras com a mosca branca. A produtividade foi ampliada em 43%, chegando a 1,17 tonelada por hectare. A área plantada ficou menor, 4,2%, com 178,8 mil hectares.
Em Minas Gerais, as estimativas iniciais da Conab apontam para uma redução da ordem de 20,2% na área a ser cultivada com feijão segunda safra no Estado, passando de 148 mil hectares em 2013, para 118,1 mil hectares na safra atual. A produção deve atingir 165,3 mil toneladas, retração de 15,2%.
Apesar dos bons preços do produto no mercado, alguns fatores contribuíram para a retração da área de plantio da segunda safra de feijão, como as adversidades climáticas, o difícil controle da mosca branca na região do Alto Paranaíba e o vazio sanitário, que proíbe o plantio de feijão no período de 1º de janeiro a 30 de março em 18 municípios da região Noroeste de Minas Gerais. Além disso, a estiagem entre os meses de janeiro e março, período de maior concentração do plantio, restringiu as lavouras. A produtividade média foi estimada em 1,4 tonelada por hectare, com produção de 165,3 mil toneladas de feijão segunda safra.
A produção de trigo será 48,5% superior à colhida anteriormente, com 119,8 mil toneladas. No plantio do cereal foi registrada alta na área, 68,4%, com 36,2 mil hectares cultivados. A produtividade médio deve ficar em 3,3 toneladas por hectare, retração de 11,8%.
No país, colheita deve ter aumento de 1,1% 
  
A produção de grãos deve chegar a 190,6 milhões de toneladas na atual safra, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um aumento de 1,1% em relação à safra passada, que alcançou 188,7 milhões de toneladas, de acordo com as estimativas do 7º Levantamento de Grãos da Safra 2013/2014.
De acordo com a Conab, houve aumento de cerca de 1,9 milhão de toneladas em relação ao último levantamento, graças à recuperação das lavouras de soja e do milho segunda safra, que tiveram dados positivos, com menos influência das intempéries climáticas ocorridas nas regiões produtoras.
A cultura do trigo apresentou um incremento de 21,5% (1,1 milhão de toneladas a mais), atingindo 6,7 milhões de toneladas. O crescimento da soja ficou em 5,6% ou 4,6 milhões de toneladas a mais, atingindo 6,1 milhões de toneladas. No caso do arroz, houve aumento de 6,6% (779 mil toneladas), alcançando 12,6 milhões de toneladas. O feijão total (primeira e segunda safras) cresceu 25,1% (704 mil toneladas), chegando a 3,5 milhões de toneladas.
Já o milho total sofreu redução de 7,4% (6,1 milhões de toneladas), devendo chegar a 75,5 milhões de toneladas. No ano passado, a produção ficou em 81,5 milhões de toneladas. O de primeira safra caiu 8,9%, totalizando 31,5 milhões de toneladas, e o de segunda, 6,4%, chegando a 43,9 milhões de toneladas.
O total de área destinada ao plantio de grãos deve chegar a 56,4 milhões de hectares, o que significa uma alta de 5,3% se comparado à área de 53,28 milhões de hectares da safra passada. A soja alcançou crescimento de 8,2%, passando de 27,7 milhões para 30 milhões de hectares. As outras culturas que tiveram elevação de área foram trigo (14,2%), arroz (0,7%), feijão total (9,2%), algodão (22,4%), mamona (28,5%), girassol (99,6%) e amendoim primeira e segunda safras (12,3%).
IBGE
Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reduziu em 0,5% a previsão de safra de cereais, leguminosas e oleaginosas para este ano. Os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março, divulgados ontem, estimam uma produção de 189,4 milhões de toneladas para este ano, cerca de 900 mil toneladas a menos que a safra de 2014 prevista no levantamento de fevereiro.
Mesmo com a previsão menos otimista, o IBGE espera que a safra de 2014 seja 0,7% maior do que a de 2013, ou seja, 1,2 milhão de toneladas. A área a ser colhida deverá ser 55,6 milhões de hectares, o que representa um acréscimo de 5,3% em relação a 2013.
Segundo o levantamento do IBGE, entre as três principais lavouras, deverá haver acréscimos nas safras de arroz (7,7%) e soja (6,2%) neste ano. Já o milho deverá ter sua produção reduzida em 8,5%.
São esperados aumentos de produção de 16 dos 26 produtos analisados pelo IBGE, entre eles o algodão herbáceo em caroço (23,5%), o café em grão canephora (13%), feijão primeira safra (56,6%), feijão segunda safra (1,8%), mandioca (6,9%) e trigo em grão (17,3%).
Já entre os produtos que deverão ter queda na produção neste ano estão o café em grão arábica (-8,1%), cevada em grão (-8,4%) e feijão em grão terceira safra (-2,8%) e aveia em grão (-1,3%).

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