
A presidenta reeleita Dilma Rousseff, falou em união e reformas em seu primeiro discurso após o resultado das urnas. Em Brasília, Dilma negou que o país esteja dividido e pediu paz entre todos. “Conclamo, sem exceção, todas as brasileiras e brasileiros a nos unirmos em favor de nossa pátria, de nosso país, do nosso povo. Não creio que essas eleições tenham dividido o país. Entendo que elas tenham mobilizado ideias e emoções, às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca por um futuro melhor para o Brasil”, disse.
A presidenta disse também que entendeu o recado das urnas sobre a necessidade de mudanças. “O caminho é muito claro. Algumas palavras e temas dominaram essa campanha. A palavra mais repetida, mais falada, foi mudança. O tema mais amplamente convocado foi reforma. Sei que estou sendo reconduzida para ser a presidenta que irá fazer as grandes mudanças que a sociedade precisa”, disse.
Segundo a presidenta, a primeira reforma que ela buscará será a política. Dilma disse que vai procurar o Congresso Nacional para conversar, assim como movimentos da sociedade civil. Ela voltou a insistir na necessidade de um plebiscito para “dar força e legitimar” a reforma.
“Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política. Deflagrar essa reforma, que é de responsabilidade do Congresso, deve mobilizar a sociedade por meio de um plebiscito, de uma consulta popular. Somente com um plebiscito nós vamos encontrar a força e a legitimidade para levar adiante este tema. Quero discutir isso com o novo Congresso eleito. Quero discutir igualmente com os movimentos sociais e as forças da sociedade civil.”
Em seguida, Dilma voltou a prometer empenho no combate à corrupção. “Terei um compromisso rigoroso com o combate à corrupção, fortalecendo os mecanismos de controle e propondo mudanças na legislação para acabar com a impunidade, que é a protetora da corrupção”, disse Dilma.
Na área econômica, a presidenta disse que vai promover “com urgência” ações localizadas na economia para a recuperação do ritmo de crescimento com a manutenção de empregos e da renda dos trabalhadores. O combate à inflação também será uma prioridade, segundo ela. “Vou estimular, o mais rápido possível, o diálogo e a parceria com todos os setores produtivos do país”, disse. Por fim, Dilma disse que hoje está “muito mais forte, mais serena e mais madura” para a tarefa que lhe foi delegada.
VOTAÇÃO
Gráfico mostra vantagem de votos obtida por Dilma ou Aécio nos estados
O segundo maior saldo de votos a favor de Dilma aconteceu no Ceará, onde ela superou o rival por 2,4 milhões de votos: 3.522.225 a 1.067.096. Em Pernambuco, Dilma ganhou por mais de 1,9 milhão de votos. A petista alcançou 3.438.165 votos, e o tucano, 1.459.266.
Aécio, por sua vez, conseguiu sua vitória mais folgada em São Paulo, onde conseguiu uma vantagem sobre Dilma de quase 7 milhões de votos. Ele terminou com 15.296.289 votos, contra 8.488.383 da petista. O Paraná aparece na sequência, onde Aécio liderou com 1,3 milhão de votos a mais: 3.765.025 a 2.408.740.
Regiões
A vitória folgada obtida no Nordeste foi decisiva para a reeleição de Dilma Rousseff (PT). Nos nove estados da região, ela teve 20.176.579 votos, contra 7.967.846 do tucano, uma diferença a favor da petista de 12.208.733 votos.
Dilma também ganhou no Norte, onde superou Aécio por mais de 1 milhão de votos: a petista obteve 4.393.301 votos nos sete estados nortistas, e o tucano, 3.376.148.
O candidato do PSDB, por sua vez, ganhou nas demais regiões. Seu melhor desempenho foi no Sudeste, onde teve 5,6 milhões de votos a mais do que Dilma. Aécio somou 25.470.265 votos nos quatro estados da região, contra 19.867.894 da petista.
No Sul, o tucano abriu mais de 2,9 milhões de votos – teve 9.686.559 contra 6.759.908 da petista. No Centro-Oeste, sua vantagem foi de pouco mais de 1 milhão – Aécio alcançou 4.388.594, e Dilma, 3.254.304
Fonte:G1